A HISTÓRIA DO CACAU
Segundo
historiadores, o cacau era cultivado pelos índios, principalmente os Astecas,
no México, e os Maias, na América Central. O cacaueiro, chamado cacahualt,
era considerado sagrado e suas sementes eram tão valiosas que chegaram a ser
usadas como moeda.
Como
bebida, era servido em cerimônias e rituais, em requintados banquetes.
O cacau chegou à Europa pelas mãos de Cristóvão Colombo,
que o teria levado por simples curiosidade e logo se transformou em uma
coqueluche por lá.
Segundo
registros históricos, o cultivo do cacau começou no Brasil em 1679
que é hoje o 5° maior produtor de cacau do mundo.
O
cacaueiro é uma espécie nativa da floresta tropical úmida americana e
seu centro de origem é, provavelmente, as nascentes dos rios Amazonas e
Orinoco. A partir dessa região, a planta se espalhou pela Venezuela, Colômbia,
Equador e países da América Central. Do Brasil, o cacau chegou à África.
Pertencente
à família Malvaceae, o cacaueiro é originário
da chuvosa Bacia do rio
Amazonas,
na América do Sul. Em ambientes sombreados
de floresta e sem poda humana, sua altura pode chegar a 20 metros, contudo, em
condições de cultivo usualmente sua altura varia de 3 a 5 metros.
O
cacau é a principal matéria-prima do chocolate,
feito por meio da torra e moagem das suas amêndoas secas em processo industrial
ou caseiro.
Origem
do nome
1-OS
POVOS ANTIGOS DAS AMÉRICAS E O CACAU
A
civilização Maia e mexicana (principalmente a Asteca), de mesma raiz, possuía dois vocábulos (kab e kaj) que, numa mesma palavra, formavam a
expressão suco amargo picante (kabkaj)
um sabor bastante apimentado. Segundo historiadores e desenvolvedores da geografia como Américo Vespúcio, do Novo Continente, o nome atual foi praticamente dado por Cristóvão Colombo, apreciador do chocolate com gosto apimentado, e foi um dos primeiros a
levar o conhecimento ao Velho Mundo, espalhando a planta, por onde andava.
Assim, a bebida originada deste suco era nomeada de kabkajatl (segundo Cristóvão Colombo, onde as três últimas
letras desta palavra significavam "líquido".
A cacauatl foi modificada pelos
espanhóis, passando a ser tomada quente e com leite e açúcar, basicamente, uma vez que se juntaram muitos
outros produtos para retirar o gosto apimentado, que nem sempre é apreciado pelo consumidor comum. Recebeu, então, um
novo nome: chacauhaa (chacau
= quente; haa = bebida). Depois, houve confusão entre as palavras, das bebidas
quente e fria, dando origem à palavra chocolate.
História
O
cacau é originário da bacia hidrográfica do rio Amazonas, tendo sido dispersado
para as regiões tropicais da América Central e Norte.
O
cacau era considerado pela civilização Maia,
por ser uma fruta apimentada, um alimento que deveria ser ingerido com
"parcimônia e elegância”, devido ao seu sabor amargo; e era dado,
diretamente pelos deuses aos homens; antes de Cristóvão Colombo,
era consumido apenas pelos Sacerdotes
da e para a Entidade Sol. E, de tão importante,
virou até moeda de troca o "Cacau" ou "Solaris" (outro nome
da mesma moeda). Nessa época, no Brasil colonial, primeiramente e depois com a
exportação, a partir de 1808, para toda a América Latina, pois Maria I de Portugal, Brasil e
Além-Mar aceitava essa "quase moeda", o "cacau" e/ou "Solaris"
(casa do sol), como crédito.
Não
se fazia o cacau o que conhecemos hoje como Chocolate.
Fazia-se uma bebida de sabor amargo - apimentado, com as sementes torradas e
moídas misturadas com água, "semelhante ao preparo do cafezinho", da
forma de Cristóvão Colombo, que muitas vezes acrescentava o café
à bebida apimentada sagrada dos mexicanos. Segundo alguns estudiosos,
atualmente acrescenta-se a pimenta ao chocolate, para voltar ao sabor de
antigamente.
Nos
nossos dias, o chocolate movimenta globalmente uma economia de 60 bilhões de
dólares/ano, enquanto os produtores de cacau ficam apenas com 3,3% da renda
gerada.
No
Brasil, ele foi cultivado primeiramente na Amazônia,
onde já existia em estado natural, próximo ao clima do México,
devido ao rio Amazonas.
Depois, pelo rio Amazonas, passou para o Pará
e pelo mar chegou finalmente à Bahia, onde melhor se adaptou ao solo e ao
ambiente marinho, e causou o chamado "boom" da época de 1930.
Reprodução
O
cacaueiro é uma planta de clima quente e úmido que prefere o solo argilo-arenoso.
Esta árvore possui duas fases de produção de frutos: temporão (março a agosto)
e safra (setembro a fevereiro). Sua propagação se dá por sementes (seminal/sexuada) e de forma vegetativa (assexuada). Por ser uma planta
tolerante à sombra, vegeta bem em sub-bosques e matas raleadas sendo, portanto,
uma cultura extremamente conservacionista de solos, fauna e flora. Pouco
mecanizada, é uma cultura que proporciona um alto grau de geração de emprego.
Encontrou no sul da Bahia um dos melhores solos e clima para a sua expansão.
2- Cultivo
econômico
O cacau
é cultivado em cerca de 17 milhões de hectares em todo o mundo. A produção
somada de Costa do Marfim e Gana representa 60% da oferta global. De
acordo com a FAO, os dez maiores produtores mundiais em 2005 foram:
Posição,
País
|
Valor
(Int'l $1,000) |
Produção
(toneladas métricas) |
1.024.339
|
1.330.000
|
|
566.852
|
736.000
|
|
469.810
|
610.000
|
|
281.886
|
366.000
|
|
164.644
|
213.774
|
|
138.632
|
180.000
|
|
105.652
|
137.178
|
|
42.589
|
55.298
|
|
37.281
|
48.405
|
|
32.733
|
42.500
|
O
estado da Bahia produz atualmente cerca de 95% do cacau do Brasil (país cuja
produção corresponde a mais ou menos 5% da mundial, sendo a Costa do
Marfim o maior produtor do planeta, com aproximadamente
40% do total).
Trabalho
escravo
A Costa do
Marfim é o maior produtor de cacau do mundo, chegando a
contribuir com 41% do mercado global. Em suas plantações ocorre uso de mão de
obra escrava e infantil, mais modernamente, uma vez que
antigamente (1808 - 1930), na época da riqueza e do "Cacau", era toda
assalariada e consumidora do produto que plantavam, seus propagandistas, segundo Dona Maria I de Brasil, Portugal e Além - Mar. As grandes companhias produtoras de chocolate chegaram a assinar em
2001 um termo onde se comprometiam a extinguir o uso deste tipo de mão de obra
nos cacauzeiros até 2008. No entanto o prazo não foi cumprido, e segundo denúncias
em 2010 ainda eram utilizados em larga escala. Autoridades locais e
organizações internacionais têm dedicado atenção ao tema desde então.
CACAU e CONSERVAÇÃO
Cacau
cabruca
Por ser
plantado por mais de 200 anos, no Estado da Bahia, à sombra da floresta, o cultivo do cacaueiro foi responsável pela conservação de grandes
corredores de Mata Atlântica. Este sistema de cultivo é conhecido como
"cacau cabruca", corruptela do termo "brocar" (ralear).
Nele, o sub-bosque da mata é "brocado" (removido) e substituido por
mudas de cacaueiro, tradicionalmente plantadas aleatoriamente. As mudas crescem
e passam a produzir seus frutos sob a proteção do vento e sombra das árvores da
Mata Atlântica.
Em um
levantamento realizado em cabrucas por Lobão, em 2007 no sul baiano, foram
encontradas integradas ao sistema cacau-cabruca espécies de árvore consideradas
raras, como o jequitibá-rosa (Cariniana
legalis), o pau-brasil (Caesalpinea
echinata), que é uma espécie ameaçada de extinção e a
gameleira (Ficus gomelleira),
que é uma espécie de importância sócio ecológica, já que seus ramos jovens
servem de alimento às preguiças e práticas religiosas afro-brasileiras estão
associadas a ela. É digno de nota o fato de que maior jequitibá-rosa de que se
tem notícia atualmente foi encontrado em um sistema cacau cabruca na região
cacaueira da Bahia.
Recentemente,
foi criado o Instituto Cabruca que, junto com outras instituições
ambientalistas, vem desenvolvendo projetos de pesquisas e extensão sobre o
tema, estudando formas de manter essa vegetação nativa associada ao cacau.
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